A Terminologia Unificada da Saúde Suplementar (TUSS) é um documento que padroniza a nomenclatura dos procedimentos realizados por prestadores de serviços médicos. Sua utilização é obrigatória desde outubro de 2010, funcionando de forma complementar ao padrão TISS (Troca de Informações na Saúde Suplementar).
Então, a tabela TUSS é fundamental para o trabalho de gestão de estabelecimentos médicos, pois fornece códigos universais que facilitam a comunicação entre os vários agentes no sistema de saúde suplementar, como clínicas, hospitais, agências reguladoras e operadoras de planos de saúde tanto no Brasil quanto no exterior.
Além disso, a tabela contribui para a redução de custos, para a eliminação de glosas, além de facilitar a comunicação interna entre os profissionais da clínica, trazendo benefícios tanto para profissionais quanto para pacientes.
Como funciona a tabela TUSS?
Imagine se cada hospital, clínica ou consultório médico utilizasse uma terminologia diferente para um mesmo procedimento ou processo. Seria possível que um plano de saúde realizasse cobranças de forma eficaz? Seria possível manter uma comunicação adequada com laboratórios e outros estabelecimentos?
A padronização da comunicação criada pela Tabela TUSS evita situações como essas, diminuindo retrabalhos, evitando custos desnecessários, aumentando a qualidade do serviço médico prestado e principalmente melhorando a experiência do paciente.
O site da ANS conta com a relação atualizada dos códigos da tabela, que classifica os procedimentos em quatro categorias básicas:
- procedimentos médicos;
- materiais e medicamentos;
- diárias e taxas;
- órteses, próteses e materiais especiais.
Há ainda a organização de procedimentos por subgrupos e grupos. Veja alguns deles:
Consultas: inclui todos os procedimentos de avaliação, tratamento e diagnóstico, relacionados às mais diversas especialidades, realizados em ambiente ambulatorial, hospitalar e domiciliar.
Medicina laboratorial: a relação dos mais variados tipos de exames e procedimentos necessários para identificar patologias, desde testes de aptidão física, biometria, ultrassom, exames de sangue, entre muitos outros.
Procedimentos ambulatoriais: o grupo de procedimentos, avaliações e intervenções realizadas em ambulatório para o tratamento e reabilitação dos pacientes. A lista inclui, por exemplo, avaliações nutricionais, atuações pós-transplantes, procedimentos de fisioterapia, atividades posturais, confecções de próteses, entre outros.
Procedimentos hospitalares: aqui você encontra os procedimentos feitos em ambiente hospitalar, como biópsias, cirurgias e diferentes tipos de acompanhamento pós-operatório.
TISS e TUSS: qual a diferença?
Tanto o Padrão TISS quanto a Tabela TUSS foram criados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) com o mesmo objetivo: estabelecer parâmetros. A diferença está nas suas funções. Veja o significado de cada sigla:
Padrão TISS: Troca de Informações na Saúde Suplementar.
Tabela TUSS: Terminologia Unificada da Saúde Suplementar.
Ou seja, o TISS é um modelo que padroniza a forma como serão transmitidas e armazenadas todas as informações trocadas por meios eletrônicos entre clínicas e consultórios médicos, hospitais, laboratórios, operadoras de planos de saúde e agências reguladoras como a ANS e o Ministério da Saúde.
O padrão engloba a comunicação e o registro sobre as diversas rotinas administrativas do setor de saúde, desde o financeiro até o assistencial, contribuindo para organização de dados sobre pacientes e procedimentos, evitando falhas na comunicação entre os diversos agentes, reduzindo o risco de fraudes, glosas, garantindo maior segurança de dados e oferecendo ferramentas de fiscalização.
De acordo com a ANS , o padrão TISS é organizado em 5 componentes:
1) Organizacional
2) Conteúdo e estrutura
3) Representação de Conceitos em Saúde
4) Segurança e Privacidade
5) Comunicação
A tabela TUSS está relacionada ao componente três, padronizando por meio de códigos a nomenclatura de exames, testes e outros procedimentos realizados em ambiente hospitalar, clínico ou ambulatorial, classificados em grupos e subgrupos.
Vamos ver um exemplo?
De acordo com o documento disponível no site da ANS, a visita hospitalar é classificada da seguinte forma:
- Procedimento: Visita Hospitalar (paciente internado)
- Grupos: Consultas
- Subgrupos: Visitas
- Código: 10102019
Vale destacar que o Padrão TISS e a Tabela TUSS são obrigatórios, e o software ClinicWebpossui soluções integradas aos padrões exigidos, como a gestão de faturamento TISS.
Por que a tabela TUSS é importante?
Respeitar a tabela TUSS significa mais do que facilitar a comunicação e a gestão dos serviços de saúde. É também uma responsabilidade legal. Quando a Resolução Normativa – RN n. 190, de 30 de abril de 2009 — entrou em vigor, a utilização da nomenclatura determinada pela tabela tornou-se obrigatória desde 15 de outubro de 2010.
Recentemente, a Resolução Normativa - n.º 501, de 30 de março de 2022 revogou as normativas anteriores sobre a troca de informações na saúde suplementar, sendo atualmente o principal instrumento legal que trata do assunto.
Quem não respeitar a padronização estabelecida pode ser penalizado com advertências e até mesmo multa, por isso é fundamental utilizar softwares de gestão como o ClinicWeb, que cuida de toda a gestão de uma clínica ou consultório médico de acordo com as leis e obrigações vigentes.
Além de estar em conformidade com a legislação, a utilização da linguagem padronizada traz uma série de benefícios:
Redução de custos
Padronizar o preenchimento de informações é uma forma eficaz de reduzir custos operacionais, pois otimiza o trabalho na emissão e acompanhamento de guias, solicitação de exames e outros procedimentos cotidianos na atuação médica e rotinas administrativas.
Por exemplo, se as informações enviadas ao plano de saúde estão corretas não haverá necessidade de retrabalho para correção de informações, justificativas, cobranças e afins.
Assim, o profissional de saúde e os colaboradores da clínica terão seu tempo de trabalho otimizado, podendo dedicar maior atenção à qualidade do atendimento, garantindo retornos mais rápidos a pacientes e fornecedores, tendo mais tempo para administração de agendas e outras rotinas importantes para a boa gestão da clínica. Ou seja, ganham colaboradores e pacientes.
Glosas
Tempo é dinheiro, e já entendemos como a padronização da tabela TUSS ajuda a economizar recursos por meio do melhor uso do tempo. A comunicação mais uniforme, porém, contribui de outras formas para a saúde financeira da clínica.
Se houver inconsistências ou erros em processos, os planos de saúde podem não realizar o pagamento por um serviço prestado. A isso se dá o nome de glosa, algo que pode prejudicar de forma significativa o balanço financeiro do estabelecimento de saúde.
Portanto, com a tabela TUSS, os riscos de inconsistências na comunicação entre a clínica e a operadora são muito menores, praticamente eliminando o risco das glosas.
Melhoria da comunicação interna
Independente do porte, uma clínica ou consultório médico são formados por uma série de profissionais de várias especialidades. Para criar e manter um alto padrão de qualidade de serviços, todos precisam falar a mesma língua.
A tabela TUSS cria uma espécie de idioma padrão ao determinar os códigos e nomenclaturas para procedimentos e atendimentos, permitindo um diálogo mais eficaz não apenas com laboratórios, planos e demais agentes do sistema de saúde.
A tabela facilita a comunicação interna entre os profissionais da clínica, o que impacta diretamente a agilidade de processos e consequentemente na qualidade do atendimento aos pacientes.
Importante lembrar: sua equipe também deve estar atualizada sobre o significado, função, e modo de utilizar os termos da tabela. Por isso, os treinamentos e capacitações devem integrar o planejamento estratégico de gestão da clínica.
Processos simplificados
Quanto mais simples forem os processos de gestão de uma clínica médica, mais eficiente será o trabalho realizado por seus profissionais. O padrão TISS e a Tabela TUSS contribuem para a criação de processos, algo fundamental para a rotina administrativa de qualquer empresa ou organização.
A terminologia padrão não representa ganho de tempo apenas por evitar o retrabalho. Se uma tarefa já possui um modelo não será necessário dedicar energia para elaborar um modo de execução diferente para uma mesma tarefa, ainda que seja algo relativamente simples como a emissão de uma guia.
Com processos mais simplificados, é possível dedicar maior esforço e tempo a áreas importantes como capacitação, melhorias no atendimento, tratamentos, ações de prevenção, ampliação de serviços, entre outros.
Lista de serviços de acordo com a tabela TUSS
Um estabelecimento de saúde pode criar uma lista com os serviços e atendimentos prestados utilizando as informações da tabela TUSS.
Mas é importante destacar que a “tabela TUSS” de uma clínica ou consultório médico representa a relação de atendimentos e procedimentos realizados. Os preços praticados devem ser informados em outra tabela.
A lista de procedimentos deve conter:
- Cobertura do plano de saúde
- Procedimentos médicos
- Códigos estabelecido pela ANS
A responsabilidade de determinar a nomenclatura de procedimentos médicos é da Associação Médica Brasileira (AMB), enquanto cabe à ANS disponibilizar em seu site a tabela completa e atualizada dos códigos vigentes.
Portanto, é fundamental consultar a Tabela TUSS com frequência para garantir que a tabela de procedimentos da clínica médica esteja de acordo com a regulamentação.
Você deve ter aprendido mais sobre a importância da padronização da comunicação na saúde complementar, especialmente do alinhamento com a equipe interna para que esse padrão seja seguido. Agora, se você deseja ter mais eficiência na gestão de sua clínica ou consultório médico, aqui está a solução: