A discussão acerca da importância da vacinação tornou-se central nos dias de hoje devido à pandemia da covid-19. Sabe-se que a imunização é essencial para conter o avanço da doença, mas movimentos antivacina no mundo todo vêm se opondo a essa solução científica.
Nesse contexto, o papel do médico na conscientização de seus pacientes se tornou ainda mais importante!
Por isso, preparamos este artigo para explicar qual é o papel do médico a respeito da vacinação e como é possível fazer a diferença na vida de pacientes ao incentivá-los a manter a carteira de vacinação atualizada.
Como todo profissional da saúde sabe, as vacinas possuem um papel central na defesa do organismo contra agentes causadores de doenças, especialmente bactérias e vírus.
Várias patologias já foram controladas graças às fortes campanhas de vacinação no Brasil, país tido, até então, como referência mundial quando o assunto é imunização coletiva.
Doenças como meningite, hepatite, sarampo, coqueluche e outras, na atualidade, estão sob controle devido ao elevado índice de imunização entre a população. De norte a sul, vacinar faz parte da cultura nacional desde os primeiros dias de vida.
Contudo, o sistema de vacinação nunca foi tão desacreditado quanto nos últimos meses, quando as campanhas para distribuição em massa de imunizantes contra o coronavírus começaram.
Por conta da desinformação que circula nos canais digitais, muitas unidades de saúde registram baixa procura pelas vacinas e resistência à imunização, ou, ainda, pessoas que tentam escolher a vacina pela marca de fabricação.
Diante desse cenário, o médico e os profissionais de saúde em geral têm uma grande responsabilidade em desmentir as fake news que envolvem a vacinação.
A vacina simboliza um importante avanço na medicina e é um dos agentes centrais no aumento da expectativa de vida da humanidade desde o século XVIII.
Em um cenário em que o aparecimento de novos vírus e bactérias era constante, somado aos hábitos sanitários precários da época, era comum que a humanidade sofresse com epidemias frequentes e surtos de doenças.
O cenário começou a mudar a partir de 1796, ano de registro da primeira vacina, por conta do inglês Edward Jenner, o médico responsável por inventar o imunizante para a varíola. Essa doença foi a primeira a ser erradicada pela aplicação de vacinas em um contexto mundial.
Contudo, a história nos mostra que, de tempos em tempos, acontecem episódios para nos lembrar que a importância das vacinas não deve ser esquecida, apesar da desinformação gerar obstáculos na vacinação até os dias de hoje.
Informar pacientes e desmentir fake news, por meio da história, pode ser uma boa forma de tratar a vacinação no relacionamento médico-paciente. Afinal, nada melhor do que as experiências do passado para mostrar a eficácia de vacinas.
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Um exemplo disso é a chamada Revolta da Vacina, que ocorreu no Brasil, em meados de 1904.
Na época, o país enfrentou um surto de varíola devido ao saneamento básico precário. Uma parte da população recusava a vacina contra a doença, por conta de um boato que dizia que quem recebesse o imunizante ficaria com feições bovinas.
Com a relutância do povo em se vacinar, o médico Oswaldo Cruz instituiu um projeto de lei que definia a vacinação como obrigatória, mas foi recebido com rejeição no Congresso Nacional e com revoltas entre o povo.
O médico, que atuava como sanitarista, epidemiologista, bacteriologista e pesquisador, foi derrotado e teve que assistir muitas vidas sendo perdidas por conta da varíola, doença, atualmente, erradicada no mundo todo.
Em 1908, quatro anos depois da revolta popular, o Rio de Janeiro viveu um surto ainda maior da doença, e o povo, então, buscou o imunizante. Só assim a crise foi contida.
Hoje, mais de 110 anos depois, temos sérias semelhanças desse relato com a atualidade. Infelizmente, a adesão à vacinação vem caindo nas últimas décadas e o país pode sofrer novamente com patologias antes erradicadas.
Quanto mais informação falsa e sem embasamento científico circulam, maior é a rejeição à vacina.
A vacinação é muito mais do que um ato individual. Ela é um cuidado coletivo. Não podemos deixar doenças que eram comuns no passado voltarem a ter um alto índice de contaminação no presente. Para isso, é necessário a contribuição de todos.
Promover e incentivar a procura pela vacinação é a maneira mais eficaz e segura de prevenção, especialmente contra as doenças infectocontagiosas. Além de impedir que patologias já controladas voltem a ser um problema no país.
Leia mais: O que é a medicina preventiva e por que você deve conhecê-la?
O sarampo, por exemplo, foi erradicado no Brasil em 2015. Contudo, em 2018, o Ministério da Saúde registrou 1553 novos casos, principalmente causados pela baixa imunização na população.
Apresentar esses dados e elementos históricos para seus pacientes é uma excelente forma de levar a vacinação para a conversa dentro do consultório!
Aproveite a oportunidade para explicar a seus pacientes que uma das formas mais eficientes para prevenir a contaminação por doenças contagiosas, e atenuar a gravidade dessas patologias, é por meio de campanhas de vacinação.
Para tanto, explique para eles que as vacinas contam com microrganismos inativados ou atenuados, que são injetadas no organismo junto com outras substâncias, com o objetivo de estimular a resposta do sistema imunológico.
Esse conhecimento pode ajudá-los a terem mais confiança na vacina. Explique, também, que os tipos mais comuns de vacinas são:
Essas vacinas requerem poucas doses e seu efeito é duradouro no organismo. Alguns exemplos desse tipo de imunização são as vacinas contra sarampo, rubéola, caxumba e febre amarela.
As vacinas de RNA são muito eficazes contra doenças de alta contaminação, como a gripe, zika, ebola e coronavírus.
Vale ressaltar que, no caso do combate à covid-19, vacinas dos três tipos foram produzidas, com o intuito de acelerar o processo de vacinação coletiva. Todos os métodos são eficazes, testados e garantidos por organizações de controle sanitário em países do mundo todo.
Leia mais: Atendimento ao paciente da geração pós-covid-19
Transmitir isso ao paciente é essencial, já que muitos não procuram a vacinação por não entenderem como as injeções de imunizantes funcionam no organismo.
Dentro do relacionamento médico-paciente, fazer essa conscientização é fundamental, principalmente porque informar também é uma forma de zelar pela vida.
Os conselhos e avisos que o médico deixa com o paciente possuem alta chance de serem seguidos. Então, faça bom uso de sua voz ativa como representante da saúde e não deixe de abordar o tópico em sua clínica.
O médico precisa conscientizar os pacientes sobre a importância da vacinação e mostrar a eles que os imunizantes são seguros e eficazes. Também é essencial explicar que o Brasil já conseguiu erradicar várias doenças, a exemplo da paralisia infantil, difteria, tétano, sarampo, rubéola e caxumba, devido às campanhas de vacinação.
Usar as plataformas digitais que sua gestão de clínica médica administra para encorajar as pessoas a se vacinarem é uma atitude nobre que está de acordo com o Juramento de Hipócrates, a que todos os médicos estão submetidos:
“PARTILHAREI os meus conhecimentos médicos em benefício de doentes e da melhoria de cuidados de saúde”.
A medicina preventiva também é envolvida nesse trecho do Juramento, e algumas estratégias podem ser aplicadas no relacionamento médico-paciente para incentivar a vacinação:
Dessa forma, episódios como o da Revolta da Vacina ficarão restritos ao passado. Mas, para isso, o relacionamento médico-paciente é fundamental. E ele deve ser eficaz, baseado em confiança e honestidade.
Quer saber ainda mais como melhorar o relacionamento médico-paciente em sua clínica médica? Então fale com um de nossos especialistas para saber como o ClinicWeb pode te ajudar nessa missão.