O Programa Nacional de Segurança do Paciente elabora medidas para reduzir e prevenir a ocorrência de incidentes nos serviços de saúde que podem resultar em danos desnecessários à vida e ao bem estar dos pacientes.
Por meio da Resolução RDC nº 36, de 25 de julho de 2013, a Diretoria Colegiada da Agência Sanitária estabelece essas medidas e também deixa liberado para que a Anvisa proponha ações procurando melhorar a qualidade dos estabelecimentos de saúde, o que inclui clínicas e consultórios médicos.
Dessa maneira, também se torna necessário comunicar a Anvisa por alguns de seus canais sobre quaisquer situações que tenham prejudicado a vida de algum paciente durante internação ou atendimento.
Por isso, é importante compreender todos os pontos da segurança do paciente para dar a melhor assistência à saúde, garantir melhor qualidade de vida e bem estar para quem procura seus atendimentos e evitar processos legais na justiça por danos desnecessários à vida.
Sendo assim, separamos ao longo deste texto os principais pontos abordados no Programa Nacional de Segurança do Paciente que devem ser cuidados com atenção. Aproveite a leitura!
O primeiro passo nos procedimentos de segurança do paciente é em relação à identificação.
Todos os pacientes devem ser identificados com crachás ou pulseiras que contenham, no mínimo, nome e data de nascimento.
Esse tipo de identificação ocorre para que os profissionais de saúde não errem ou confundam medicações e outros procedimentos, afinal, qualquer erro pode gerar consequências graves e botar a vida do paciente em risco.
Portanto, é de extrema necessidade que a sua clínica ou consultório médico tenha eficiência no controle de identificação de pacientes, já que um pequeno erro pode levar a complicações graves.
Isso também facilita a atuação dos profissionais de saúde, que não precisam ficar perguntando a todo momento o nome do paciente e seu histórico clínico, por exemplo, o que também pode ser auxiliado com o uso do prontuário eletrônico, que permite o acesso dessas informações de maneira rápida e segura.
Sendo assim, tenha os dados do paciente organizados para que possam ser acessados no prontuário eletrônico e garantam um atendimento correto.
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Um ponto já conhecido mas que deve sempre ser reforçado é da higienização das mãos e outros cuidados gerais durante o atendimento para garantir a segurança do paciente.
Esse procedimento deve ser feito seguindo os protocolos de segurança: com água e sabão ou álcool em gel.
Sendo assim, a cada fim de atendimento, os médicos e outros profissionais de saúde devem higienizar as mãos para, principalmente, evitar o contágio de doenças, especialmente em épocas de epidemia e pandemia, como a do coronavírus.
Além disso, outros cuidados gerais devem ser tomados, como não sair da clínica ou consultório usando jaleco, pois podem contaminar os pacientes e colocá-los em risco.
Comunicação é um dos pilares para qualquer atendimento médico, principalmente para que o médico entenda pelo que o paciente está passando, quais sintomas está tendo, o que está sentindo, entre outras coisas.
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Além disso, também é necessário que os familiares do paciente entendam pelo o que ele está passando, como será o tratamento, como serão os procedimentos, entre outras informações.
É de extrema necessidade que os profissionais de saúde transmitam as informações de forma clara e acessível, realizando perguntas e tirando dúvidas do paciente sempre que forem questionados.
Pergunte sempre após realizar explicações se o paciente entendeu, esteja disposto a sanar as dúvidas e explicar novamente se for necessário.
Dessa maneira, você realiza um atendimento humanizado e fica em harmonia com o paciente, além de acalmá-lo e mostrar que está ali para fazer o máximo possível para que ele fique bem.
Você também pode utilizar de recursos da telemedicina para criar um ambiente de troca de informações ainda mais confortável, em que o paciente não precisa sair de casa para tirar dúvidas.
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Procedimentos como o raio-x são muito importantes para realizar diagnósticos de variadas doenças e situações e a segurança do paciente com a radiação precisa ser mantida, visto que sua exposição em excesso é prejudicial à saúde.
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As chances de desenvolver câncer crescem rapidamente pelo excesso de exposição à radiação ou por grandes quantidades sem o uso de equipamentos de proteção.
Sendo assim, devem ser providenciados materiais de segurança em todas as clínicas e consultórios que realizam esse procedimento, como os coletes de chumbo.
Como você já sabe, a utilização errada de medicamentos pode afetar seriamente a saúde do paciente.
Além disso, os medicamentos de alta vigilância podem levar a consequências ainda piores se administrados de maneira errada, por conta disso, são gerenciados de maneira restritiva e específica.
Os cuidados devem ser aplicados no armazenamento, na prescrição, na dispensação, na administração e no monitoramento dos efeitos colaterais no paciente.
Dessa maneira, o médico deve procurar atender aos critérios dos “5 certos”, sendo eles:
Percebe-se também que é necessário que todas essas medidas estejam interligadas, ou seja, é necessária uma boa comunicação entre a equipe de funcionários da saúde e o paciente para entender se possui alguma alergia, quais são suas interações medicamentosas, superdosagem, idade, peso, entre outras informações necessárias para realizar a prescrição.
O principal propósito dessa medida é dar a maior segurança possível ao paciente em procedimentos cirúrgicos, incluindo o antes, durante e depois da realização da cirurgia.
Para que isso ocorra, é necessário verificar cada etapa de segurança específica na cirurgia conduzida, além de, é claro, identificar o paciente antes de começar a preparação.
Dessa forma, deve-se fazer a marcação do local cirúrgico quando for indicada e adequar os equipamentos necessários para realizar o procedimento. Além disso, deve-se realizar a confirmação prescrita do procedimento e obter o consentimento informado.
O ambiente do procedimento se torna confiável, tanto para pacientes como para profissionais, com o uso de protocolos cirúrgicos. Pensando nisso, a equipe de saúde pode atuar de maneira segura.
Porém, cada tipo de procedimento possui seus protocolos específicos e é importante que sejam seguidos e obedecidos em todos os casos.
Durante o atendimento em ambientes hospitalares e clínicos, os pacientes são expostos a riscos de contaminação no próprio local associados aos procedimentos realizados.
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Dito isso, o controle de infecção é um dos principais problemas que afetam a segurança do paciente. Devido a imensidão desse problema, muitos estabelecimentos possuem departamentos específicos para realizar esses cuidados.
Sendo assim, é necessário que procedimentos de higienização, que incluem principalmente lavar as mãos, sejam realizados:
A higienização deve ser levada a sério, principalmente, porque o risco de agravar a situação dos pacientes com infecções e com a contaminação de outras doenças é muito alto.
Pacientes em situação de risco que sofrem quedas durante o atendimento ou em períodos de observação sofrem grande risco de sofrer lesões graves, principalmente no caso de idosos, pessoas que fazem uso de medicação que afeta a mobilidade e equilíbrio, entre outros.
Uma das alternativas para prevenção é a análise do risco de queda do paciente, em que se verificam fatores como a idade, doenças e medicamentos que afetam a coordenação motora e sintomas como vertigem.
Após a identificação do risco de queda do paciente, medidas de orientação e acompanhamento podem ser tomadas durante o procedimento. Além disso, a clínica ou consultório também pode oferecer um ambiente adaptado, com o uso de barras de apoio, por exemplo.
A segurança do paciente não está apenas ligada à sua saúde, mas também com a segurança de seus dados e de suas informações pessoais, como diz a LGPD.
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Todos os dados dos pacientes devem ser administrados e utilizados de forma sigilosa e com o seu devido consentimento.
Além disso, os chamados dados sensíveis, ou seja, informações íntimas de cada pessoa, como o histórico clínico, não podem ser vazados para outras pessoas em nenhuma hipótese.
Por conta disso, é recomendado o uso de sistemas criptográficos de gestão médica, além do uso do prontuário eletrônico, que deixam os dados mais seguros, permitindo diferentes níveis de acesso.