Manual de segurança do paciente: cuidados nos serviços de saúde

15 de Fevereiro de 2022

O Programa Nacional de Segurança do Paciente elabora medidas para reduzir e prevenir a ocorrência de incidentes nos serviços de saúde que podem resultar em danos desnecessários à vida e ao bem estar dos pacientes.

Por meio da Resolução RDC nº 36, de 25 de julho de 2013, a Diretoria Colegiada da Agência Sanitária estabelece essas medidas e também deixa liberado para que a Anvisa proponha ações procurando melhorar a qualidade dos estabelecimentos de saúde, o que inclui clínicas e consultórios médicos.

Dessa maneira, também se torna necessário comunicar a Anvisa por alguns de seus canais sobre quaisquer situações que tenham prejudicado a vida de algum paciente durante internação ou atendimento. 

Por isso, é importante compreender todos os pontos da segurança do paciente para dar a melhor assistência à saúde, garantir melhor qualidade de vida e bem estar para quem procura seus atendimentos e evitar processos legais na justiça por danos desnecessários à vida

Sendo assim, separamos ao longo deste texto os principais pontos abordados no Programa Nacional de Segurança do Paciente que devem ser cuidados com atenção. Aproveite a leitura!

Identificação de maneira correta para garantir a segurança do paciente

O primeiro passo nos procedimentos de segurança do paciente é em relação à identificação. 

Todos os pacientes devem ser identificados com crachás ou pulseiras que contenham, no mínimo, nome e data de nascimento. 

Esse tipo de identificação ocorre para que os profissionais de saúde não errem ou confundam medicações e outros procedimentos, afinal, qualquer erro pode gerar consequências graves e botar a vida do paciente em risco.

Portanto, é de extrema necessidade que a sua clínica ou consultório médico tenha eficiência no controle de identificação de pacientes, já que um pequeno erro pode levar a complicações graves.

Isso também facilita a atuação dos profissionais de saúde, que não precisam ficar perguntando a todo momento o nome do paciente e seu histórico clínico, por exemplo, o que também pode ser auxiliado com o uso do prontuário eletrônico, que permite o acesso dessas informações de maneira rápida e segura.

Sendo assim, tenha os dados do paciente organizados para que possam ser acessados no prontuário eletrônico e garantam um atendimento correto. 

Leia mais: Entenda como fazer auditoria médica e quais suas vantagens

Higienização das mãos e outros cuidados gerais

Um ponto já conhecido mas que deve sempre ser reforçado é da higienização das mãos e outros cuidados gerais durante o atendimento para garantir a segurança do paciente.

Esse procedimento deve ser feito seguindo os protocolos de segurança: com água e sabão ou álcool em gel. 

Sendo assim, a cada fim de atendimento, os médicos e outros profissionais de saúde devem higienizar as mãos para, principalmente, evitar o contágio de doenças, especialmente em épocas de epidemia e pandemia, como a do coronavírus. 

Além disso, outros cuidados gerais devem ser tomados, como não sair da clínica ou consultório usando jaleco, pois podem contaminar os pacientes e colocá-los em risco. 

Comunicação efetiva na segurança do paciente

Comunicação é um dos pilares para qualquer atendimento médico, principalmente para que o médico entenda pelo que o paciente está passando, quais sintomas está tendo, o que está sentindo, entre outras coisas.

Leia mais: Adesão ao tratamento médico: como incentivar seus pacientes?

Além disso, também é necessário que os familiares do paciente entendam pelo o que ele está passando, como será o tratamento, como serão os procedimentos, entre outras informações. 

É de extrema necessidade que os profissionais de saúde transmitam as informações de forma clara e acessível, realizando perguntas e tirando dúvidas do paciente sempre que forem questionados.

Pergunte sempre após realizar explicações se o paciente entendeu, esteja disposto a sanar as dúvidas e explicar novamente se for necessário. 

Dessa maneira, você realiza um atendimento humanizado e fica em harmonia com o paciente, além de acalmá-lo e mostrar que está ali para fazer o máximo possível para que ele fique bem.

Você também pode utilizar de recursos da telemedicina para criar um ambiente de troca de informações ainda mais confortável, em que o paciente não precisa sair de casa para tirar dúvidas.

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Proteção à radiação

Procedimentos como o raio-x são muito importantes para realizar diagnósticos de variadas doenças e situações e a segurança do paciente com a radiação precisa ser mantida, visto que sua exposição em excesso é prejudicial à saúde

Leia mais: Formas de colocar o paciente no centro do tratamento 

As chances de desenvolver câncer crescem rapidamente pelo excesso de exposição à radiação ou por grandes quantidades sem o uso de equipamentos de proteção. 

Sendo assim, devem ser providenciados materiais de segurança em todas as clínicas e consultórios que realizam esse procedimento, como os coletes de chumbo.

Segurança do paciente em medicamentos de alta vigilância

Como você já sabe, a utilização errada de medicamentos pode afetar seriamente a saúde do paciente. 

Além disso, os medicamentos de alta vigilância podem levar a consequências ainda piores se administrados de maneira errada, por conta disso, são gerenciados de maneira restritiva e específica. 

Os cuidados devem ser aplicados no armazenamento, na prescrição, na dispensação, na administração e no monitoramento dos efeitos colaterais no paciente.

Dessa maneira, o médico deve procurar atender aos critérios dos “5 certos”, sendo eles: 

  • Paciente 
  • Medicamento 
  • Dose 
  • Via de administração
  • Horário

Percebe-se também que é necessário que todas essas medidas estejam interligadas, ou seja, é necessária uma boa comunicação entre a equipe de funcionários da saúde e o paciente para entender se possui alguma alergia, quais são suas interações medicamentosas, superdosagem, idade, peso, entre outras informações necessárias para realizar a prescrição.

Garantir a segurança do paciente durante cirurgias

O principal propósito dessa medida é dar a maior segurança possível ao paciente em procedimentos cirúrgicos, incluindo o antes, durante e depois da realização da cirurgia.

Para que isso ocorra, é necessário verificar cada etapa de segurança específica na cirurgia conduzida, além de, é claro, identificar o paciente antes de começar a preparação. 

Dessa forma, deve-se fazer a marcação do local cirúrgico quando for indicada e adequar os equipamentos necessários para realizar o procedimento. Além disso, deve-se realizar a confirmação prescrita do procedimento e obter o consentimento informado. 

O ambiente do procedimento se torna confiável, tanto para pacientes como para profissionais, com o uso de protocolos cirúrgicos. Pensando nisso, a equipe de saúde pode atuar de maneira segura.

Porém, cada tipo de procedimento possui seus protocolos específicos e é importante que sejam seguidos e obedecidos em todos os casos.

Redução dos riscos de infecção ligados aos serviços de saúde

Durante o atendimento em ambientes hospitalares e clínicos, os pacientes são expostos a riscos de contaminação no próprio local associados aos procedimentos realizados.

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Dito isso, o controle de infecção é um dos principais problemas que afetam a segurança do paciente. Devido a imensidão desse problema, muitos estabelecimentos possuem departamentos específicos para realizar esses cuidados.

Sendo assim, é necessário que procedimentos de higienização, que incluem principalmente lavar as mãos, sejam realizados:

  • Antes de tocar no paciente
  • Antes de realizar qualquer procedimento
  • Após risco de exposição e de fluídos corporais
  • Após ter contato com os pacientes
  • Após ter contato com áreas próximas a ele (roupa de cama, toalha etc.).

A higienização deve ser levada a sério, principalmente, porque o risco de agravar a situação dos pacientes com infecções e com a contaminação de outras doenças é muito alto. 

Segurança do paciente na prevenção de complicações por queda

Pacientes em situação de risco que sofrem quedas durante o atendimento ou em períodos de observação sofrem grande risco de sofrer lesões graves, principalmente no caso de idosos, pessoas que fazem uso de medicação que afeta a mobilidade e equilíbrio, entre outros. 

Uma das alternativas para prevenção é a análise do risco de queda do paciente, em que se verificam fatores como a idade, doenças e medicamentos que afetam a coordenação motora e sintomas como vertigem. 

Após a identificação do risco de queda do paciente, medidas de orientação e acompanhamento podem ser tomadas durante o procedimento. Além disso, a clínica ou consultório também pode oferecer um ambiente adaptado, com o uso de barras de apoio, por exemplo.

Bônus: sigilo de informações pessoais na segurança do paciente 

A segurança do paciente não está apenas ligada à sua saúde, mas também com a segurança de seus dados e de suas informações pessoais, como diz a LGPD.

Leia mais: 

Todos os dados dos pacientes devem ser administrados e utilizados de forma sigilosa e com o seu devido consentimento. 

Além disso, os chamados dados sensíveis, ou seja, informações íntimas de cada pessoa, como o histórico clínico, não podem ser vazados para outras pessoas em nenhuma hipótese.

Por conta disso, é recomendado o uso de sistemas criptográficos de gestão médica, além do uso do prontuário eletrônico, que deixam os dados mais seguros, permitindo diferentes níveis de acesso.

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