Atualmente, fazer atendimentos de qualidade, realizar diagnósticos precisos e recomendar os tratamentos certos não é mais o suficiente na medicina. Profissionais de sucesso precisam também manter-se em dia com a burocracia e com a contabilidade para médicos.
Afinal, todo médico precisa pagar impostos, emitir notas fiscais, registrar pagamentos e recebimentos e ter controle sobre sua gestão financeira.
Esse trabalho está presente o ano todo, mas se destaca principalmente quando chega a época de declarar o imposto de renda.
A contabilidade para médicos envolve também a forma como o profissional atua e até o regime tributário escolhido por ele.
Assim, garantir uma boa organização na contabilidade médica e ter um planejamento tributário é essencial para qualquer um que deseje abrir uma nova clínica, mas também é indispensável para médicos experientes, que já estão no mercado há anos.
Por isso, continue sua leitura e aprenda mais sobre como manter sua contabilidade médica em dia.
O que é contabilidade para médicos?
Contabilidade, em seu conceito geral, é um conjunto de métodos, práticas e conhecimentos aplicados na gestão financeira de qualquer empreendimento. Ela compreende os recebimentos e custos, além de ajudar a garantir que tudo esteja dentro da legislação tributária.
A contabilidade para médicos segue esse mesmo princípio, mas adaptado para a realidade do trabalho na área da saúde.
Ela registra todas as finanças de uma clínica, lida com a emissão do imposto de renda e com a Declaração de Serviços Médicos e da Saúde (DMED), e adequa o trabalho do profissional para seguir a legislação.
Essa tarefa pode tanto ser feita internamente quanto ser terceirizada com uma empresa específica que dê consultoria contábil para médicos.
Por que é preciso prestar atenção na contabilidade médica?
Uma contabilidade atenciosa e bem feita é fundamental para a declaração do imposto de renda para médicos. Da mesma forma, ela é indispensável na hora de registrar o DMED. Essas duas obrigações tributárias fazem parte do dia a dia de qualquer clínica e merecem toda a atenção.
No mesmo sentido, a contabilidade médica é responsável por fazer o cálculo dos impostos, assim como garantir que a clínica atenda todas as exigências legais na área tributária — exigências que não se resumem ao DMED e ao IR.
A contabilidade para médicos também realiza relatórios de movimentação financeira e emissão de notas fiscais, além de ajudar na organização da gestão financeira da clínica.
No caso de médicos autônomos ou que trabalhem contratados como pessoa jurídica, a contabilidade permite a emissão de guias de cobrança, pagamento de impostos de maneira correta e até acompanhamento dos recebimentos referentes a cada plantão.
Além disso — seja para clínicas, seja para médicos autônomos — ela ainda é uma ótima ferramenta para evitar a bitributação (cobrança duplicada de impostos). Essa ocorrência é comum na burocracia do sistema tributário brasileiro, mas com uma contabilidade bem feita, o médico consegue identificar e corrigir o problema rapidamente.
Por fim, essa prática ajuda muito na gestão de custos, dando mais controle e autonomia aos profissionais.
PJ, autônomo ou CLT? Quais são as diferenças na contabilidade de serviços médicos?
A questão da contabilidade médica muda de acordo com a forma com que o profissional decide prestar seus serviços — atendendo como profissional autônomo, trabalhando em regime CLT ou abrindo um CNPJ como pessoa jurídica.
Um médico contratado via CLT, por exemplo, geralmente não precisa se preocupar com isso, já que a contabilidade é responsabilidade da própria clínica que o contrata. Uma de suas únicas preocupações tributárias, nesse caso, é a declaração de imposto de renda no começo do ano.
Em contraponto a essa simplicidade contábil, a contratação via CLT costuma ser menos rentável e reduzir a autonomia do trabalho do médico. Por isso, muitos optam por atender em outros modelos.
No caso de médicos que são profissionais autônomos, os impostos são pagos pelo contratante, mas o profissional deve emitir o Recibo de Pagamento de Autônomos (RPA) para fazer o recolhimento dos valores, que envolvem INSS, IRRF e ISS.
Fazer esse controle pessoalmente é possível, mas demanda de bastante tempo, cuidado e atenção do médico, o que pode acabar prejudicando seu trabalho ou seu tempo de lazer. Contar com uma empresa de contabilidade, nesse caso, facilita a tarefa e dá mais tranquilidade ao profissional.
Para completar, temos os médicos que atuam como pessoa jurídica (PJ) ou que possuem clínica ou consultório próprio. O padrão para ambos é semelhante, mas vai depender do regime tributário escolhido e de outros detalhes, como o porte da empresa. Falaremos um pouco mais sobre o assunto no próximo tópico.
No entanto, para qualquer escolha, contar com uma consultoria contábil para médicos pode ajudar muito nesse sentido — inclusive para definir ou alterar o regime tributário. São questões fundamentais para quem está abrindo uma nova clínica e também para médicos com anos de experiência.
Leia mais: Gestão e planejamento: o que preciso saber para abrir meu primeiro consultório?
Qual é o melhor regime tributário para clínicas, consultórios e médicos PJ?
Para definir o regime tributário ideal para seu trabalho, é preciso conhecer as opções e avaliar qual encaixa melhor com o rendimento anual previsto para sua clínica — ou para o seu trabalho, no caso de um médico que atue como pessoa jurídica.
O que é o Simples Nacional
Este é o regime tributário disponível para quem tem um rendimento bruto anual de até R$ 4,8 milhões — incluindo o rendimento de todos os sócios e contando também outras fontes de renda.
A grande vantagem do simples é que ele facilita a quitação de todas as obrigações tributárias, concentrando-as em um único pagamento: a guia unificada mensal do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS).
Além disso, as alíquotas de impostos desse regime tributário são reduzidas e adequadas de acordo com o faturamento e a atividade realizada pela empresa.
O que é o Lucro Presumido
Este regime tributário abrange empresas com rendimento bruto anual entre R$4,8 milhões e R$78 milhões.
Nesse regime, a própria receita federal calcula o valor do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) da empresa a partir do lucro presumido que ela teve durante o ano. Para isso, o órgão usa uma tabela de lucro presumido que se baseia na atividade realizada.
Além disso, conforme o caso, há o pagamento de PIS (Programa de Integração Social) e o Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), pelo ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza).
O que é o Lucro Real
Empresas com lucro anual maior do que R$ 78 milhões se enquadram nesse modelo de tributação. Neste caso, a Receita também realiza um cálculo para a cobrança de IRPJ e CSLL, mas a partir do faturamento total da empresa.
Isso significa que quanto maior for o lucro, maior serão os impostos, ou vice versa. Se a empresa tiver prejuízo, ela fica isenta das taxas.
Aqui também há a cobrança de PIS, Cofins e ISSQN.
Quer se aprofundar mais sobre o assunto? Leia nosso artigo: Planejamento tributário: o que um médico precisa saber?
Quando você deve investir em uma empresa de contabilidade para médicos?
Como visto, o regime tributário muda a forma com que uma clínica lida com sua própria contabilidade. Um estabelecimento menor, que optou pelo Simples Nacional, tem um processo muito mais fácil do que empreendimentos que têm suas taxas baseadas em Lucro Presumido ou Lucro Real.
Ainda assim, todas as clínicas e médicos PJ devem realizar a Declaração de Serviços Médicos e de Saúde (DMED) diretamente no programa disponibilizado pela Receita Federal.
Ao mesmo tempo, é necessário realizar também a declaração do Imposto de Renda (IR). Em ambos os casos, o profissional deve levar em conta toda a movimentação financeira da clínica.
Como já comentamos, é possível realizar esse trabalho internamente. Tanto que a equipe ClinicWeb preparou textos especificamente para ajudar médicos que decidirem seguir esse caminho. Confira (você ainda pode encontrar mais um eBook no fim deste texto):
- DMED: o que é, como declarar e as respostas das perguntas mais frequentes
- 7 dicas para realizar a declaração de Imposto de Renda para Médicos
No entanto, essas são atividades muito sérias e que demandam atenção, tempo, dedicação e conhecimento tributário.
Portanto, se você não se sente preparado para realizar essa gestão internamente, ou está sobrecarregado de trabalho, este é o melhor momento para investir em uma equipe especializada em contabilidade.
As consequências de não declarar seu Imposto de Renda
Lembre-se: médicos que não fizerem a declaração ou a entregarem com atraso podem sofrer multa de até 20% do total de imposto devido. Também pode sofrer um processo administrativo, que investiga todas as movimentações da clínica. Em casos mais graves, é possível até ser acusado de crime de sonegação fiscal.
Profissionais com experiência na área podem ajudar muito nesse processo, reduzindo seu trabalho, facilitando a rotina da clínica e até potencializando seus resultados e evitando custos com a bitributação, por exemplo.
Se quiser saber mais sobre Imposto de Renda e DMED, continue acompanhando o nosso blog! E se estiver buscando um sistema de gestão que facilite sua gestão financeira e elimine o trabalho manual, entre em contato com a gente.