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O que pode causar síndrome de Burnout em médicos

Escrito por Bruno Pereira | Dec 7, 2020 3:00:00 AM

A Síndrome de Burnout voltou a ser um assunto muito importante, principalmente entre médicos e outros trabalhadores da área da saúde. 

Hoje, 78% dos profissionais da saúde sofrem com sintomas da Síndrome de Burnout (fonte: PEBMED)

O impacto é tão grande porque a síndrome é causada por uma rotina de trabalho estressante ou exigente demais – algo comum na carreira médica. Afinal, a profissão de quem dedica a vida a cuidar da saúde de seus pacientes costuma ser repleta de desafios e de pouco tempo para relaxar, não é? 

E isso ficou ainda mais sério a partir de 2020. A pandemia de coronavírus criou vários novos desafios na área da saúde. 

Médicos trabalhando diretamente na linha de frente do combate à COVID-19 vêm tendo a maior carga de trabalho de suas carreiras. Além disso, eles precisam arriscar suas vidas para cuidar dos pacientes e lidar com o estresse de enfrentar essa crise na saúde.

E os desafios cresceram também para os médicos que não lidam diretamente com o coronavírus. Os riscos da contaminação com a doença forçaram clínicas e consultórios médicos a adaptarem seus processos, reduzirem os atendimentos e organizarem estratégias de biossegurança.

Tudo isso acaba resultando em um aumento no trabalho e um sério impacto financeiro para muitos profissionais na área da saúde.

Considerando todos esses desafios, não é de se surpreender que o número de médicos afetados pela Síndrome de Burnout cresceu. Por isso, preparamos este conteúdo para te ajudar a entender o problema e reduzir os impactos do estresse neste fim de ano.

Continue sua leitura, aprenda mais sobre a realidade da Síndrome de Burnout na saúde e descubra como lidar com seus desafios.

O que é a Síndrome de Burnout

Certamente muitos médicos conhecem esse transtorno, sua origem e seus riscos. No entanto, é importante retomarmos um pouco do assunto antes de discutirmos seus impactos na área da saúde.

A Síndrome de Burnout também é conhecida como síndrome do esgotamento profissional e é uma espécie de colapso mental que leva o corpo à exaustão depois de um período muito longo de estresse no ambiente de trabalho.

Dessa forma, a síndrome não acontece de forma repentina. Pelo contrário, ela cresce lentamente, manifestando alguns sintomas com o tempo, até que se torna difícil demais de lidar com ela.

Até esse momento, a pessoa sente dificuldades que pode acabar relacionando ao estresse e ao cansaço, sem estar ciente ou preparada para o risco da síndrome. Assim, o diagnóstico do transtorno costuma ser tardio e acontecer no auge da crise, quando os sintomas se tornaram muito extremos.

Entre esses sintomas, podemos apontar:

  • Distúrbios do sono;
  • Dor de cabeça;
  • Dor na coluna;
  • Dores musculares;
  • Fraqueza;
  • Fadiga;
  • Apatia;
  • Tremores
  • Náuseas;
  • Falta de apetite;
  • Ansiedade;
  • Irritabilidade;
  • Taquicardia;
  • Tonturas;
  • Alterações de humor;
  • Dificuldade de concentração;
  • Falta de energia;
  • Raciocínio lento.

Além disso, se o transtorno não for tratado, ele pode acabar gerando outros problemas mais sérios e até permanentes. 

Uma pessoa que sofre de Síndrome de Burnout pode desenvolver doenças de coração, crises de pânico, úlceras, depressão, entre outros. Em casos extremos, o transtorno pode levar até ao suicídio.

O tratamento para a Síndrome de Burnout costuma ser feito por psicólogos ou psiquiatras. Caso o transtorno desencadeie outros problemas, pode ser interessante visitar também um cardiologista, um gastroenterologista ou outro especialista, dependendo do que o paciente está sentindo.

Como médicos e profissionais da área da saúde estão sendo afetados

Como vimos, a rotina atribulada dos médicos é uma porta de entrada para um transtorno como a Síndrome de Burnout. Por isso mesmo, há anos o Conselho Federal de Medicina (CFM) tem acompanhado o impacto dela nos profissionais da saúde. 

A síndrome já foi assunto no I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina, em 2017, quando o CFM apresentou que 45,8% dos médicos relataram terem passado pelos sintomas em algum ponto de suas carreiras.

Mas foi durante a pandemia de coronavírus que esse número alcançou seu auge até agora. De acordo com uma pesquisa divulgada pela PEBMED em setembro de 2020, com 3.613 participantes, 78% dos profissionais de saúde sofriam com esgotamento profissional relacionado à síndrome.

O número é ainda maior entre os médicos da linha de frente no combate à COVID-19: são 83% dos médicos com esse problema. 

Assim, a pesquisa indicou que trabalhar no combate ao coronavírus foi o principal fator causador do esgotamento profissional. No entanto, os entrevistados pela PEBMED ainda mencionaram outros fatores relevantes para a sensação de burnout:

  • Maior demanda do que recursos disponíveis;
  • Relacionamento ruim com a liderança imediata;
  • Piores condições de trabalho (principalmente em hospitais públicos);
  • Menor resiliência do profissional;
  • Menor segurança psicológica no ambiente de trabalho;
  • Dificuldades enfrentadas por serem do sexo feminino;
  • Alta carga horária;
  • Profissionais mais jovens;
  • Maior medo de contaminação de familiares.

Levando em conta isso tudo, já dá para ver como é essencial entender como é possível evitar a Síndrome de Burnout na área da saúde, não é? Mas tem mais:

Como a síndrome impacta o trabalho do médico

Além de ser um grande perigo para a saúde do profissional, a Síndrome de Burnout também afeta o seu desempenho no trabalho – o que é um problema extremamente sério para médicos!

De acordo com a pesquisa Estilo de vida e burnout médico no Brasil, a depressão (relacionada ao burnout) tem impactos sérios na relação do médico com o paciente.

  • 34% dos médicos ficam menos motivados a serem diligentes nas anotações (como anamnese e prontuário);
  • 33% ficam menos engajados com os pacientes, no sentido de escutar e responder de maneira atenta;
  • 29% sentem-se menos amigáveis com os pacientes;
  • 20% se irritam com mais facilidade;
  • 12% mostram mais sua irritação para os pacientes;
  • 11% cometem erros que normalmente não cometeriam;
  • 4% dizem que chegam a cometer erros que poderiam prejudicar os pacientes.

Com esses números, fica claro o quanto uma Síndrome de Burnout extrema e não tratada pode prejudicar o trabalho de um médico. 

O primeiro impacto é na organização da consulta e na eficiência do atendimento. Depois, dá para perceber como isso pode afetar a fidelização de pacientes. Por último, dá para ver como a prática médica fica arriscada quando o profissional está sofrendo do transtorno.

Por isso, a dica é buscar tratamento o quanto antes. Ou, ainda melhor: buscar opções para evitar esse problema diminuindo o estresse e equilibrando a rotina médica com períodos de relaxamento.

Como um médico pode reduzir o impacto de sua rotina estressante

A primeira dica para diminuir os riscos de desenvolver a Síndrome de Burnout é: busque relaxar neste fim de ano! Depois de um ano inteiro de trabalho frenético e muitas preocupações, todo mundo merece um bom descanso.

Caso você possa se ausentar por alguns dias, vale a pena tirar umas férias. Tudo que você precisa é organizar bem sua clínica médica. Não precisa ter medo de perder pacientes. Se houver uma boa comunicação com eles, você consegue garantir a fidelização e a continuidade quando você voltar.

Para te ajudar a organizar a clínica para o seu descanso, temos o artigo perfeito para você: Como organizar a clínica antes de sair para o período de férias?

No entanto, se você não puder sair no fim de ano, não se preocupe. Também é possível buscar alternativas para relaxar nos intervalos das consultas. 

A dica é reduzir um pouco o ritmo dos atendimentos, separar um tempo para o lazer, se movimentar e realizar atividades de relaxamento. Preparamos um pequeno guia que você pode conferir:  Médico sem férias? Diminua o ritmo no fim do ano! 

Lembre também que essas dicas não servem apenas para o fim do ano. Tirar um tempinho para relaxar é algo importante para o ano todo.

E tem mais: não adianta tirar férias ou fazer atividades de lazer se a gestão de sua clínica médica for uma bagunça. Se esse for o caso, seu trabalho será muito mais estressante, cada momento na clínica vai ser complicado e a hora do descanso não vai ser tão prazerosa.

Por isso, você precisa organizar sua gestão médica! Confira nosso material feito especialmente para te ajudar com esse objetivo: O ano novo das clínicas médicas: um guia para sua gestão em 2021.

A boa notícia é que a gestão para clínicas ou consultórios médicos pode ser muito mais fácil hoje em dia, se você contar com a tecnologia. Há várias excelentes soluções, feitas especialmente para facilitar o trabalho de médicos e gestores em clínicas do futuro!

Quer entender mais sobre essa gestão tecnológica, eficiente e inteligente? Então conheça o ClinicWeb: