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Saiba tudo sobre o descarte de lixo gerado em sua clínica

Escrito por Bruno Pereira | Mar 2, 2022 3:00:00 AM

Todos os estabelecimentos da área médica têm algo em comum: a geração diária de lixo hospitalar. Mas você sabia que apenas 60% dos resíduos infectados recebem o tratamento adequado e são eliminados da forma correta?

Pela falta de informação e pela economia de tempo e de dinheiro, muitas clínicas não fazem o descarte do seu lixo corretamente, o que pode propagar muitas doenças e causar danos ao meio ambiente

É por isso que, neste artigo, a ClinicWeb apresenta para você informações sobre como descartar da forma correta o lixo gerado em sua clínica de acordo com as normas estabelecidas pela Anvisa e pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente)

Boa leitura!

Entenda a importância do descarte correto de lixo hospitalar

É importante que o médico tenha consciência de que o lixo hospitalar pode representar riscos à saúde humana e ao meio ambiente. Ou seja, a clínica precisa se atentar e se programar para fazer os procedimentos adequados no descarte de diferentes tipos de lixo gerados. 

Por isso, pode-se dizer que o descarte correto de lixo é sim uma questão de saúde pública! Ainda mais devido à pandemia e crise global de saúde que estamos enfrentando.

Segundo o site da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), a OMS alegou que dezenas de milhares de toneladas de resíduos extras utilizados na resposta à pandemia de covid-19 foram responsáveis por pressionar os sistemas de gerenciamento de resíduos de saúde ao redor do mundo.

Ou seja, tornando-se uma ameaça à saúde humana e ambiental, além de expor a necessidade de melhorar práticas de gestão de resíduos.

Levando em conta que os resíduos hospitalares geram grandes problemas para a saúde se descartados de forma incorreta, você consegue entender a gravidade do problema que enfrentamos?

Não deixe de fazer sua parte e conscientizar toda a sua clínica sobre a importância do descarte correto de lixo!

Leia mais: Saúde pós-pandemia: as tecnologias que cresceram com a crise e transformaram a gestão médica

Saiba quais são os 5 grupos de lixo hospitalar

Quando falamos de lixo hospitalar, isso inclui diversos tipos, como materiais biológicos contaminados com sangue, seringas, materiais plásticos, materiais contaminados com substâncias tóxicas, inflamáveis etc.

A Anvisa e o Conama distribuíram o lixo hospitalar em cinco grupos:

  • Grupo A: nesse grupo, estão enquadrados os resíduos mais perigosos (como bactérias, vírus e fungos), que apresentam risco de infecções. Além disso, também se encaixa qualquer resíduo com fluido orgânico (secreção, urina, sangue, cateteres, entre outros).
  • Grupo B: aqui se enquadram os resíduos químicos que podem causar qualquer tipo de dano à saúde ou ao meio ambiente, independentemente de suas características corrosivas, inflamáveis, de reatividade e toxicidade. Por exemplo, reagentes utilizados em laboratórios, antibióticos, resíduos de materiais de limpeza etc.
  • Grupo C: nesse grupo, estão os materiais que contém radioatividade acima do padrão e que não podem ser reutilizados — como exames de medicina nuclear e radioterapia.
  • Grupo D: o grupo D refere-se aos resíduos comuns, ou seja, qualquer lixo que não apresenta risco químico, biológico ou radioativo — como materiais recicláveis, gesso, papéis etc.
  • Grupo E: por último, nesse grupo se encaixam os objetos e instrumentos perfurocortantes, como lâminas, agulhas, ampolas de vidro, bisturis etc.

Lembre-se de que: separar o lixo produzido em sua clínica nessas 5 categorias é de extrema importância para garantir segurança aos funcionários que lidam com a coleta e descarte desses resíduos.

Aprenda como fazer o descarte correto de lixo hospitalar em sua clínica

Agora que você já sabe como separar o lixo da sua clínica, está na hora de aprender a forma de descarte de cada um.

  • Grupo A: os resíduos do grupo A devem ser descartados em sacos plásticos de cores diferentes (branco ou vermelho, normalmente) em lixeira de material resistente. Além disso, alguns materiais que apresentam maior risco de contaminação devem passar por um processo de tratamento em sua clínica antes de serem removidos da unidade.
  • Grupo B: os lixos químicos devem ser estocados em recipientes sólidos, preenchidos na sua capacidade máxima para depois serem desprezados. Ao descartar esse tipo de resíduo é importante se atentar a compatibilidade das substâncias que estão sendo colocadas nesses recipientes para, assim, evitar que entrem em processo de reação e causem algum acidente.
  • Grupo C: o descarte dos materiais radioativos deve estar de acordo com as normas estabelecidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Devido à periculosidade desses materiais, tanto para a saúde das pessoas quanto para o meio ambiente, por conta disso, é importante que a clínica disponha de um profissional especializado para tratar esse tipo de lixo.

Vale ressaltar que o descarte dos resíduos do grupo C deve ser feito em recipientes compatíveis e com a identificação do material radioativo de forma chamativa.

  • Grupo D: os resíduos desse grupo devem ser separados em recicláveis e não recicláveis. Os recicláveis devem ser descartados em lixeiras coloridas (plástico, papel, metal e vidro) e os não recicláveis, normalmente, em lixeira cinza. Tanto as lixeiras de recicláveis quanto as lixeiras de não recicláveis devem ser etiquetadas como “resíduo comum”.
  • Grupo E: os resíduos desse grupo devem ser armazenados em recipientes rígidos e resistentes a furos, rupturas ou vazamentos, que contenham tampa e sejam identificados com o símbolo internacional de risco biológico. Esses recipientes precisam ser descartados quando atingirem dois terços de sua capacidade.

Além dos cuidados especificados acima, existem também alguns cuidados gerais que sua clínica deve tomar, como:

  1. Minimizar ao máximo a geração de resíduos, assim sua clínica degrada menos o meio ambiente e controla os custos com o tratamento do lixo produzido. 
  1. Garantir que os profissionais estejam vacinados de acordo com o Programa Nacional de Imunização.
  2. Garantir que todos os trabalhadores que participam do processo de coleta, tratamento, transporte e descarte dos resíduos usem equipamentos de proteção individual (EPI).

A Anvisa declara que o manuseio, coleta, transporte, valorização, tratamento e descarte de clínicas médicas é de inteira responsabilidade de seus geradores, ou seja, a clínica é responsável pelo lixo que ela produz. 

Por isso, é importante ressaltar que saber como descartá-lo, bem como capacitar seus profissionais para tratá-lo, é de extrema importância para o bem da saúde coletiva e do meio ambiente.

Ainda tem dúvidas sobre o descarte do lixo produzido em sua clínica? Confira na íntegra a resolução da Anvisa a respeito do gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.