Escolher uma especialidade pode ser um desafio para muitos novos médicos. Depois de anos de graduação, nem todo mundo está pronto para se decidir por uma área específica. Nesse momento, muita gente considera procurar a especialização em oftalmologia.
Você já pensou em se tornar um médico oftalmologista? Sabe como é o mercado para esse especialista? Conhece os passos que um profissional deve tomar para trabalhar nessa área?
Informações de qualidade são fundamentais para tomar uma boa decisão! Ainda mais em algo tão importante quanto a sua especialização médica. Por isso, leia mais e descubra se é hora de buscar o título de especialista em oftalmologia.
Por que optar pela especialização em oftalmologia?
A especialização em oftalmologia é uma opção muito nobre dentro da Medicina. Afinal, o médico oftalmo é o responsável por cuidar da visão, um dos sentidos mais importantes e mais sensíveis das pessoas.
Assim, a responsabilidade é grande, assim como a relevância desse profissional, que pode devolver o prazer de enxergar bem para muita gente.
Além disso, essa especialização médica tem outras vantagens, como o fato de que o campo de atuação do oftalmologista é bastante amplo — um médico dessa área pode atender pacientes extremamente variados, seja qual for o sexo ou a idade. Assim, o mercado não é limitado.
A opção também é ótima para quem gosta de praticar tanto a parte clínica quanto a cirúrgica, porque ela combina as duas.
Ela ainda é uma especialização excelente para médicos que não querem trabalhar com plantões, o que permite que o profissional controle seus horários com mais facilidade.
No entanto, se você quiser ser um oftalmologista e ainda assim atuar em plantões, é possível optar pela área de traumas oculares, por exemplo.
Para completar, a oftalmologia é ótima para médicos que gostam de usar tecnologia de ponta em sua prática. Afinal, essa especialização envolve muitas inovações em todos os diagnósticos, tratamentos e cirurgias.
Como é a rotina do oftalmologista?
Como já vimos, um detalhe importante no dia a dia do oftalmologista é o fato de que ele raramente atua em plantões, a não seja que seja especializado em trauma ocular. Fora isso, a rotina do profissional pode variar de acordo com o estabelecimento onde ele trabalha ou da subespecialidade que ele escolheu.
Em um consultório normal de oftalmologia, a rotina geralmente envolve muitos testes de acuidade visual e a prescrição de óculos. Além disso, o oftalmo avalia problemas de visão como conjuntivite, catarata, glaucoma e olho seco.
Na maioria dos atendimentos, esse médico faz a medição da pressão intraocular. Um desequilíbrio nesse quesito pode ser sinal de glaucoma, por exemplo.
Também é importante realizar a avaliação da superfície do olho. Isso aponta situações como a catarata e o olho seco, além de ajudar a identificar problemas nos cílios e nas pálpebras.
Para completar a consulta, um oftalmologista faz a avaliação do fundo dos olhos, para avaliar problemas que podem aparecer na retina, como é o caso da pressão alta e do diabetes.
A maioria dos testes é feita utilizando ferramentas tecnológicas que permitem uma avaliação segura e precisa desse órgão tão pequeno e sensível.
Como é o mercado de trabalho para um médico oftalmo?
O estudo Demografia Médica no Brasil, realizado pelo departamento de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), aponta que havia 15.523 profissionais titulados em oftalmologia em 2020. Esse número representa 3,6% do total de médicos no país. Dessa forma, ela é a 9ª maior especialização médica do Brasil.
Mesmo com uma presença comparativamente grande de médicos oftalmologistas no país — perdendo apenas para 8 outras especializações — ainda há um bom mercado na área.
Um profissional de oftalmologia tem várias opções para atuar. Clínicas e consultórios são opções frequentes, tanto para o médico proprietário quanto para um contratado para executar sua especialidade.
No caso da contratação em clínicas privadas, o médico geralmente precisa ter CNPJ e atuar como pessoa jurídica.
Leia mais: 7 dicas para realizar a declaração de Imposto de Renda para Médicos.
Outras possibilidades comuns são os hospitais públicos e privados e os postos de saúde. Para a área pública, o médico pode fazer concursos.
Há ainda situações menos frequentes, como corporações que contam com um oftalmo para cuidar de seus funcionários, ou mesmo as ONGs, fundações e entidades beneficentes.
O site Salário.com.br indica que, hoje, um oftalmologista contratado ganha uma média de R$ 5.037,45 em uma jornada de trabalho de 20 horas semanais. O site também aponta que, entre os entrevistados para a pesquisa, há profissionais ganhando até mais de R$ 11 mil.
O site de classificados de empregos Catho indica o valor de R$ 9.458,98 como a média salarial para oftalmologistas, mas não aponta a jornada de trabalho.
Esses valores são focados em médicos contratados, não levando em conta os profissionais que possuem suas próprias clínicas.
O site Salário.com.br afirma também que esse cargo está com boa demanda no mercado de trabalho, tendo um aumento de 18,18% nas contratações formais com carteira assinada em regime integral de trabalho entre os meses de Agosto de 2021 e Julho de 2022.
Quem pode fazer a especialização médica para atuar como oftalmologista?
A especialização em oftalmologia é liberada para qualquer profissional que tenha completado os 6 anos de graduação em Medicina e que seja inscrito no Conselho Regional de Medicina (CRM) de sua região.
Tudo que ele precisa é comprovação de estudo e de experiência no setor para começar a atuar. Saiba mais:
Como conseguir a especialização de oftalmologista?
Há duas opções diferentes para um médico trilhar o caminho da oftalmologia. O mais comum é a residência na área. Quem optar por essa rota precisa realizar processos seletivos para fazer a residência, além de provas e treinamento prático. A duração é de três anos.
A residência em oftalmologia é de acesso direto. Ou seja: ela só exige a graduação. Não é preciso ter qualquer pré-requisito ou especialização médica realizada previamente.
A outra opção — menos comum — é a especialização médica por meio de pós-graduação em um curso aprovado pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Esse processo é menos focado na prática e mais nos estudos.
A especialização dura dois anos. No fim desse período, o médico deve fazer a Prova Nacional de Oftalmologia (PNO) e conquistar o título de especialista, que garante que ele está capacitado para trabalhar na área.
Esse exame acontece uma vez por ano. O edital para se inscrever pode ser encontrado na aba do PNO no site do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.
A importância do RQE
Para comprovar sua especialização médica, também é importante que o oftalmologista conte com o RQE (Registro de Qualificação de Especialista). Esse é um documento complementar ao CRM do profissional e confirma que ele tem a formação, a qualificação e a experiência necessárias para atuar na área.
Para emitir esse documento, o profissional que já realizou a residência ou a prova de titulação deve consultar o site de seu Conselho Regional de Mcedicina e seguir o processo detalhado lá. O procedimento varia entre cada CRM.
Para saber mais sobre o RQE, veja: Qual a importância do RQE e como o médico especialista pode conseguir o seu.
Como abrir uma clínica de oftalmologia?
Provavelmente a opção mais rentável para um médico oftalmologista é abrir sua própria clínica ou consultório. No entanto, isso também demanda de maior responsabilidade, um grande comprometimento e vários investimentos em equipamentos de valor alto.
Por isso, a decisão precisa ser muito bem avaliada e a abertura da clínica deve ser planejada em detalhes. Há alguns passos importantes para seguir nesse momento, como:
- Estruturar um projeto detalhado, avaliando os serviços que a clínica vai oferecer, os equipamentos e o espaço físico que ela vai precisar, a possibilidade de atender por planos de saúde, os convênios com óticas e fabricantes de lentes de contato etc. Nesse momento, também é importante ter um planejamento financeiro, com o capital inicial disponível para a abertura da clínica.
- Definir quem serão os pacientes, considerando quem é seu público-alvo ideal, de acordo com o tipo de atendimento que será oferecido e até os custos da consulta.
- Escolher o lugar para o consultório, avaliando a localização dentro da cidade, o espaço do imóvel, a concorrência na região e a proximidade com outros estabelecimentos de saúde. Uma boa localização ajuda, inclusive, a ter mais pacientes em sua clínica.
- Preparar uma infraestrutura de qualidade, incluindo desde os móveis da sala de espera até os equipamentos usados no atendimento e nos procedimentos. Essa parte é fundamental: tudo precisa ser de grande qualidade. Isso é importante para o atendimento e para o relacionamento com os pacientes.
Para conferir mais informações sobre esse momento tão importante da sua profissão, confira nosso artigo: 6 dicas para abrir uma clínica de oftalmologia.
Quais são as principais subespecialidades para um oftalmo?
A especialização em oftalmologia pode ser apenas mais um passo na evolução de um profissional. Depois disso, ele é capaz de se aprofundar ainda mais em áreas específicas.
Alguns dos principais exemplos de subespecialidades para médicos oftalmologistas são:
- Biomicroscopia Ultrassônica (UBM) e Ultrassonografia Avançada: essa é a opção para quem gosta de usar a tecnologia na oftalmologia. O especialista nessa área vai focar em exames que permitem analisar todas as estruturas do globo ocular para diagnosticar doenças. Geralmente, ele não é o responsável pelos tratamentos.
- Catarata: essa doença é comum e atinge, principalmente, pessoas mais velhas, reduzindo sua visão. O curso nessa subespecialidade pode durar três anos e ensina o oftalmologista a diagnosticar, tratar e curar a catarata. Geralmente, esse médico lida com pessoas de mais idade.
- Cirurgia refrativa: é uma das cirurgias oftalmológicas mais conhecidas e tem como objetivo corrigir erros como astigmatismo, miopia, hipermetropia e presbiopia. O especialista pode indicar a técnica ideal para cada paciente e realizar o procedimento.
- Glaucoma: essa é uma doença sem cura, então a função do oftalmo especialista, depois de até três anos de curso, é diagnosticar, controlar o avanço e, se necessário, realizar cirurgias.
- Plástica ocular e vias lacrimais: essa especialidade lida com problemas, deformidades e anomalias no terço superior da face, como doenças na área das pálpebras, vias lacrimais, supercílios e órbitas. Envolve tratamentos reparadores e também estéticos.
- Neuro-oftalmologia: uma subespecialidade focada na relação do nervo óptico com o sistema nervoso central. Ela envolve a movimentação ocular ligada ao comando do cérebro.
- Oftalmopediatria: se você gosta de lidar com bebês e crianças, essa é a especialidade ideal. O médico vai cuidar de problemas como refração e malformação congênita.
- Oncologia Ocular: o oftalmologista que estudar essa subespecialidade será responsável por diagnosticar e tratar tumores dentro dos olhos. É um processo sensível e de grande responsabilidade.
- Segmento anterior: essa é uma subespecialidade mais generalista, que trata de várias doenças que atingem a parte da frente dos olhos, como glaucoma e catarata.
- Segmento posterior: também é generalista e lida com problemas na parte de trás dos olhos, como degeneração macular e deslocamento de retina.
- Visão Subnormal: o oftalmo que optar por essa especialidade será responsável por ajudar pessoas com baixa visão, principalmente devido a problemas congênitos.
Qual é a importância de um sistema para oftalmologia especializado?
Um passo importantíssimo para ter mais eficiência na oftalmologia é contar com um sistema de gestão médica especializado na área. Com o software certo, você otimiza todos os processos, desde o agendamento de consultas até o controle financeiro.
Para te ajudar a descobrir mais sobre isso e melhorar seu trabalho, reunimos um conjunto de artigos do blog da ClinicWeb focados na rotina do oftalmologista. Confira:
- Como melhorar o atendimento da clínica com um software para oftalmologia
- Agenda com muitas faltas em sua clínica de oftalmologia? O que fazer?
- Gestão financeira para oftalmologia: você está fazendo isso corretamente?
- Prontuário eletrônico para oftalmologia: por que ter um específico para a área?
- Teleconsulta em oftalmologia: por que ter essa ferramenta em sua clínica de olhos?
- Receita digital para oftalmologistas: por que sua clínica de olhos precisa dessa ferramenta?
Aproveite!
Se, depois desse texto, você sentiu que a oftalmologia não é para você, ou se ainda estiver com dúvidas, confira nosso artigo geral: Especialidades médicas: conheça as diversas áreas de atuação do profissional de medicina.