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4 passos para analisar o custo-benefício financeiro na saúde

Escrito por Bruno Pereira | Feb 15, 2023 3:00:00 AM

Todo gestor conhece a importância de se manter atualizado com as tendências e tecnologias da área da saúde para oferecer um atendimento realmente profissional. Mas você faz uma análise de custo-benefício financeiro sempre que vai realizar um novo investimento em sua clínica médica? 

Esse cálculo é fundamental para qualquer grande gasto em seu estabelecimento. É ele que vai te dar segurança financeira se você quiser evoluir adquirindo novos equipamentos, melhorando a tecnologia da clínica ou ampliando seu espaço físico.

Isso porque uma boa análise de custo-benefício permite avaliar o valor investido frente aos resultados esperados, mostrando se a clínica vai realmente se beneficiar da nova aquisição ou acabar desperdiçando dinheiro em uma novidade que entrega poucas vantagens.

Além disso, esse cálculo faz parte da gestão de custos, que é um dos principais cuidados que devem ser tomados na gestão financeira para clínicas médicas. Sem acompanhar o fluxo de caixa e prever as despesas, você aumenta as chances de perder dinheiro e coloca em risco o crescimento de seu estabelecimento.

Portanto, continue sua leitura e entenda tudo sobre o custo-benefício financeiro na gestão de custos de uma clínica médica.

O que é análise de custo-benefício financeiro?

O conceito de custo-benefício financeiro já é de senso comum. Resumidamente, ele é um cálculo que compara o valor investido em algum item ou tecnologia com o valor que a clínica vai faturar a mais graças a essa novidade. 

Dessa forma, ele permite que o gestor avalie se o investimento realmente vale a pena. Na prática, podemos ver um exemplo simples com a compra de novos equipamentos.

Digamos que você precisa de uma máquina nova que permite realizar exames importantes dentro da própria clínica, em vez de terceirizar esse atendimento. 

No caso de um cardiologista, para termos um exemplo, a aquisição pode ser de um aparelho de ultrassom para realizar ecocardiogramas. 

Leia também: Passo a passo sobre como montar uma clínica ou consultório de dermatologia de sucesso.

Se a clínica de dermatologia não conta com esse equipamento, ela precisa enviar seus pacientes para um laboratório, aguardar o laudo do profissional e só então continuar o atendimento, em uma nova consulta.

No entanto, depois de adquirir o aparelho, a clínica pode passar a realizar o processo internamente, otimizando o tratamento dos pacientes e aumentando seu faturamento.

Uma análise superficial de custo-benefício, neste caso, compararia o dinheiro investido no aparelho com o aumento de lucro da clínica. Veja:

Consideremos que o aparelho custa 10 mil reais, mas que os procedimentos realizados na clínica resultam em um faturamento de mil reais a mais por mês.

Em dez meses, o aparelho estará “pago”. Depois disso, todo o faturamento com ecocardiogramas será puro lucro, o que significa que esse investimento teve um custo-benefício financeiro positivo. 

Isso já ajuda a entender se vale a pena ou não comprar o novo equipamento. No entanto, como dissemos, é uma análise superficial. Afinal, o valor em uma análise de custo-benefício não significa apenas dinheiro.

Para entender melhor esse importante cálculo da gestão financeira em clínicas médicas, podemos dividi-lo em seus dois elementos essenciais: “custo” e “benefício”.

Custo: é tudo o que sua clínica vai gastar na aquisição de um novo equipamento, tecnologia, curso ou ampliação do espaço.

Envolve questões como:

  • Dinheiro investido
  • Tempo dedicado à instalação, aprendizagem ou outras atividades necessárias à implantação da novidade
  • Dedicação da equipe
  • Perda de consultas durante a implantação
  • Entre outros

Benefício: é o que a clínica vai ganhar por meio dessa novidade.

Por exemplo:

 

Uma boa análise de custo-benefício envolve todos esses elementos e apresenta ao gestor uma compreensão muito mais clara e inteligente sobre os pontos positivos e negativos de cada nova aquisição.

Qual é a importância dessa gestão de custos ao fazer um novo investimento

Investimentos em tecnologia, educação e ampliação são essenciais para a sobrevivência de uma clínica médica — ainda mais nesta era da saúde digital, em que os pacientes estão mais exigentes e as possibilidades tecnológicas cresceram tanto.

Mas, como vimos, um investimento sem análise do custo-benefício é um tiro no escuro na gestão financeira em clínicas médicas.

Manter suas finanças é um dos mais importantes desafios de um médico empreendedor, e a análise de custo-benefício está aí para ajudar com isso. Confira as principais vantagens:

Economia na gestão financeira em clínicas médicas 

Já falamos isso antes, mas como é algo muito importante, vale repetir: a falta de uma análise de custo-benefício pode fazer sua clínica perder dinheiro com investimentos pouco proveitosos.

Por outro lado, graças a esse cálculo, você vai economizar fazendo apenas aquisições que realmente prometem bons resultados

Previsibilidade financeira na gestão de custos

Quando você entende o custo de investimentos e calcula o benefício que eles podem entregar, sua clínica poderá prever com mais precisão e eficiência o fluxo de caixa dos próximos meses.

É claro que essa previsão nunca vai ser 100% perfeita. No entanto, ela já ajuda a ter um planejamento financeiro mais inteligente — o que é muito melhor do que o salto no escuro que ocorre quando você investe em novidades sem um estudo prévio.

Leia mais sobre as vantagens do planejamento financeiro em clínicas médicas:

Os 4 passos da análise de custo-benefício 

Agora que você entendeu o porquê de analisar o custo-benefício de todos os investimentos, podemos discutir as formas de realizar esse processo tão importante. 

Para isso, separamos os cinco principais passos que sua gestão deve seguir.

1. Avalie a necessidade do novo investimento e os objetivos da clínica com ele

O primeiro passo para fazer um investimento acertado é ter clareza em seus objetivos. Por que a clínica precisa dele? Quais são os objetivos dessa nova aquisição? Ela realmente é necessária ou positiva neste momento?

Responda a todas essas perguntas antes de seguir para a compra. Assim, o investimento será mais consciente e você poderá fazer uma análise de custo-benefício mais clara e organizada.

2. Quantifique todo o valor a ser investido e demais custos

Agora é hora de avaliar o que sua clínica vai gastar com o novo investimento. Primeiro, avalie o custo financeiro, incluindo não apenas o valor de compra, mas também possíveis custos de manutenção, impostos, transporte e todos os demais.

Além disso, levante quais serão os custos não financeiros, como os que indicamos acima (tempo de dedicação da equipe, perda de consultas, etc).

Deixe tudo isso registrado de forma clara e organizada, separando o que pode ou não ser quantificado.

3. Estabeleça quais são os resultados e impactos esperados

Neste momento, é preciso fazer um exercício de previsão — mas nada de adivinhação! Utilize dados de seu segmento e as informações de sua clínica para avaliar como a novidade pode beneficiar seus negócios, seja com um aumento de atendimentos, seja com uma redução nos custos.

  • Contar com um sistema de gestão médica pode ajudar a entender esses benefícios, graças ao registro digital de seus atendimentos.

As informações quantificáveis, como os aumentos de consultas e de faturamento são mais simples, mas também é importante analisar vantagens como a satisfação dos pacientes e a melhoria dos diagnósticos.

Assim como no caso dos custos, registre todas essas informações e prepare-se para o próximo passo.

4. ROI ou medição por escalas: quantifique o valor que esse investimento vai gerar para sua clínica

Chegamos, finalmente, à verdadeira análise de custo-benefício. É hora de pegar todas as informações e descobrir se o investimento vai valer a pena.

Para isso, há diversas estratégias diferentes, que vão depender do tipo de investimento e das vantagens que ele pode entregar. No entanto, podemos indicar duas delas que vão ajudar no seu processo.

  • ROI

O conceito de Return on investment ou, em português, retorno sobre o investimento, é muito utilizado na área dos negócios. Ele mede a taxa de lucro sobre os gastos em alguma aquisição.

Sua fórmula é:

ROI = (Receita gerada - custos) / custos *100

Ou seja, calcule toda a receita que deve ser gerada pelo novo investimento e reduza dela o valor investido, para ter puramente o lucro. A partir disso, divida esse valor pelos custos e, finalmente, multiplique por 100 para ter a porcentagem de ROI.

No nosso exemplo anterior, em que o aparelho de ecocardiograma custa 10 mil e dá um retorno de mil reais mensais, podemos dizer que o ROI, em 12 meses, seria de 20%, afinal.

(12.000-10.000) / 10.000 *100 = 20%

No entanto, esse cálculo é limitado apenas ao lado financeiro do custo-benefício e tem dificuldades de calcular os elementos menos quantificáveis, como a satisfação do paciente e a produtividade do trabalho.

Além disso, ele depende dessa consideração de lucro dentro de um período de tempo, sem avaliar a valorização do dinheiro e a demora para recuperar o investimento.

Portanto, o ROI é uma ferramenta útil, mas deve ser combinada com outras estratégias, como a próxima que vamos apresentar:

  • Monitoramento por escala

Uma forma interessante de analisar o custo-benefício com todos os pontos positivos e negativos é a partir de uma escala. 

Para isso, divida os pontos em duas colunas — benefícios de um lado e custos do outro — e dê uma “nota” de 1 a 5 para cada um deles, com 5 para muito importante e 1 para menos relevante. 

Por exemplo: a compra do aparelho de ecocardiograma requer um investimento de 10 mil reais, o que é um valor alto para essa clínica e vai requerer uma boa organização financeira. Então, esse é um ponto negativo de bastante relevância, que vai receber a nota 4.

A instalação também requer que a clínica fique fechada por duas horas, que é o horário da instalação do equipamento. Mas isso pode ser feito logo depois do meio-dia e não vai afetar muito os agendamentos, por isso pode ser um ponto negativo com nota 2.

Já o aumento do faturamento é algo muito positivo, que vai pagar o equipamento rapidamente, por isso pode receber uma nota 5. O aumento na satisfação dos pacientes também é ótimo, e pode ter a nota 4.

As notas precisam ser feitas a partir do ponto de vista do gestor e da equipe, de maneira bem calculada e considerando um equilíbrio comparativo entre todos os elementos como um grupo. 

Isso explica que o gasto de 10 mil reais — por maior que seja — tenha nota 4, porque o aumento do faturamento é ainda mais relevante e deve receber 5.

No fim dessa avaliação total, some cada lado da coluna. Se seu lado de benefícios chegar a um número maior do que o de custos, você tem um custo-benefício positivo.

É claro que essa fórmula também tem limitações, principalmente porque a avaliação é bastante subjetiva. No entanto, ela ajuda muito na hora de fazer seu planejamento financeiro.

Considere alternativas

Neste momento, é possível descobrir que os custos de um novo investimento são muito altos. Nesses casos, busque alternativas que podem ser mais baratas, mais fáceis de usar e até mais eficientes.

Mas faça essa busca de forma inteligente. Nada de comprar um equipamento ruim para economizar. É preciso ter equilíbrio entre o custo e o benefício.

Gestão de custos completa e simplificada para clínicas médicas

A análise de custo-benefício é apenas um passo na gestão financeira de uma clínica médica. 

Junto dela, também é preciso fazer uma gestão de custos que permita avaliar quais gastos dão bons resultados, onde há furos financeiros e que pode ser alterado para evitar prejuízos.

Para te ajudar com isso, convidamos você a conhecer o sistema ClinicWeb, que vai evitar que você continue perdendo dinheiro em sua gestão médica. Confira: