Quando um médico decide abrir uma clínica, ele acaba precisando ir além da prática da medicina em si. A partir do momento em que o negócio começa a funcionar, o profissional precisa se tornar também um gestor que entende de administração.
Uma gestão eficiente envolve muitos fatores bastante burocráticos. Principalmente quando se trata do setor financeiro e a declaração do Imposto de Renda médico ou a precificação dos seus serviços, por exemplo.
Diante de um cenário que foi pouco ou nunca explorado pelo médico ao longo da sua graduação, se torna essencial buscar esse conhecimento, a fim de evitar que suas finanças acabem prejudicando o sucesso da clínica.
Nesse quesito, a precificação é um dos fatores mais importantes e que merecem atenção do médico gestor.
Para precificar suas consultas ou procedimentos médicos realizados, é preciso saber o que levar em consideração no processo, conhecendo muito bem os seus custos.
Ao continuar sua leitura você vai aprender como precificar da maneira correta, tendo uma margem de lucro que dê conta de todas as contas da sua clínica médica, garantindo também um valor para ver seu negócio expandir no futuro.
Muitos profissionais da saúde têm bastante receio de precificar suas consultas e outros procedimentos que serão realizados na clínica. Isso porque fazer isso da maneira errada pode acabar resultando na falência do seu negócio.
A verdade é que o segredo para não errar está na análise de alguns fatores importantes. Eles são:
Primeiramente o médico precisa estar ciente dos preços cobrados por outras clínicas e consultórios da região. Mas esteja atento à especialidade dos profissionais.
Um ginecologista, por exemplo, precisa saber o preço cobrado por outros médicos da área. Então faça uma pesquisa de mercado bem completa com todos os profissionais que atendem a mesma especialidade que você na sua região.
É importante que seja feita uma tabela com os valores divididos por cada clínica que é concorrente da sua. Assim, será mais fácil visualizar o cenário por completo e calcular qual é a média do mercado.
O próximo passo é analisar o público-alvo da sua clínica, já compreendendo qual seu poder aquisitivo. Procure saber que tipo de trabalho seu público tem, ou se seu foco são crianças e adolescentes, ainda financeiramente sustentados pelos seus pais.
Essas são informações bem relevantes. E, novamente, lembre-se de registrar isso tudo em um documento ou em uma planilha.
Na prática, funciona da seguinte maneira: se a sua clínica está decorada para o alto padrão, será necessário levar em conta todo esse luxo no valor da sua consulta.
Pode ser que a meta da sua clínica seja alcançar esse tipo de público apenas no futuro. Por isso, foque no agora e lembre-se: alterações nos valores poderão e deverão ser feitas no futuro de acordo com a demanda da sua clínica.
Saber os valores praticados pelo seu mercado e conhecer seu público-alvo são passos bem importantes para garantir que o preço cobrado pela sua clínica não fuja muito do esperado, o que espantaria pacientes.
Contudo, não cometa o erro de usar apenas essas informações como base! Lembre-se de que cada clínica vive uma realidade diferente, e que você tem contas que precisam ser pagas ao final do mês.
Por isso mesmo, o gestor precisa considerar este último tópico e mapear muito bem todos os custos da clínica ou consultório médico.
Se você, médico, está procurando por dicas de como cortar gastos, confira o artigo: Menos 30% de custos: melhore sua gestão financeira na clínica médica
Para garantir que você consiga mapear todos os custos corretamente, confira o próximo tópico do artigo:
Depois que o médico passa pela parte da análise, é hora de mapear todos os custos das sua clínica ou consultório médico, para enfim determinar a margem de lucro necessária. Assim, o resultado da precificação será o correto, levando em conta todas as demandas da clínica.
Conheça, então, tudo o que você, médico, deve considerar na hora de precificar suas consultas e procedimentos:
Se trata de custos cujo valor não varia de acordo com o volume de pacientes atendidos no período. Essas contas virão todo mês sempre com o mesmo valor, independentemente do trabalho realizado.
São considerados custos fixos:
É importante que o gestor reúna todas as contas que se encaixam como custos fixos, somando o total dessas despesas para começar a compreender quanto custa para manter sua clínica.
Mas não acaba aqui: também existem os custos variáveis.
Essas são as despesas que variam de acordo com o volume de atendimentos realizados durante o mês. Ou seja, quanto mais clientes, maior será o custo no final do período.
O primeiro custo variável a ser destacado são os materiais e insumos usados diretamente no atendimento ou procedimento realizado no cliente. Alguns exemplos são: luvas, agulhas, seringas, material de higienização, etc.
É importante que o médico liste os materiais de acordo com o tipo de atendimento ou procedimento. Assim, a precificação será mais exata no final das contas.
Portanto, procure mapear todo o custo da clínica por procedimento. Torne sua lista o mais específica possível!
Também são considerados custos variáveis o pagamento de contas como água, luz, papelaria, insumos para limpeza, e outros gastos sazonais, como computadores, teclados e outros itens que só precisam ser adquiridos ocasionalmente.
É importante fazer uma média destes valores para que o médico consiga visualizar da maneira mais fácil o custo da sua clínica.
É importante destacar que, contando com um sistema de gestão com um módulo financeiro completo para auxiliar o seu trabalho, como o software ClinicWeb, fica mais fácil avaliar e controlar os custos variáveis e fixos da sua clínica ou consultório médico.
Por isso, conte com a ferramenta do fluxo de caixa ClinicWeb para precificar corretamente e acompanhar todos os recebimentos ao longo de cada mês.
Caso sua clínica vá atender através de planos de saúde, é importante que o médico saiba exatamente quanto ele irá receber por cada atendimento realizado.
O valor de uma consulta particular é muito maior que uma consulta feita através dos planos médicos. Porém, essa é uma ótima maneira de captar pacientes e garantir uma receita mais estruturada nos recebimentos ao fim do mês.
Determine quantos atendimentos através dos planos poderão ser feitos durante o mês, para que seja possível manter o equilíbrio nas suas contas, e leve isso em conta na hora de precificar suas consultas, em contraponto com as contas fixas e variáveis da sua clínica.
Por fim, é preciso se atentar também à margem de lucro esperada. Contudo, esse valor não pode ser determinado sem antes fazer uma análise de outros fatores.
É importante que o médico gestor compreenda para que serve essa margem de lucro. Afinal, seu salário já foi considerado lá nas contas fixas da sua clínica ou consultório médico.
O lucro de cada mês deve ser direcionado para investimentos em melhorias na infraestrutura da clínica, e até mesmo na contratação de outros profissionais para ajudar a melhorar seu atendimento aos pacientes.
Ele também funciona como uma reserva financeira para dar conta de surpresas que podem ocorrer ao longo do mês, como um equipamento estragado que precise ser substituído.
Procure estipular essa margem de lucro em porcentagem. Isso irá facilitar na hora de calcular o preço final de suas consultas ou procedimentos realizados.
Ao longo do tempo, você poderá aplicar estratégias para aumentar a sua rentabilidade. Quer saber mais sobre isso? Então confira outros artigos do nosso blog:
A precificação é um dos grandes desafios pelos quais uma clínica passará para ter uma gestão mais eficiente. Mas isso não é motivo para deixar essa tarefa de lado ou pular os passos acima.
Realmente, são muitas questões a serem levadas em conta. Mas lembre-se: esse é um processo que será feito apenas uma vez. No futuro será necessário apenas adequar os preços quando os insumos se tornarem mais caros, ou quando for hora de aumentar a margem de lucro desejada.
Lembre-se também de que a análise cuidadosa de todos os valores e do mercado é o que vai tornar a precificação mais correta.
Caso você, gestor, esteja procurando por maneiras de melhorar sua gestão por completo, a melhor opção é começar pelo planejamento.